segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Naquele momento até as sombras tinham a capacidade de me assustar. Era uma rua tão vazia, tão ao som de vento e apenas vento. O clima estava me congelando, aquele vento que me servia de companhia estava fazendo com que meus dedos ficassem imóveis juntamente com minhas pernas. A armadilha perfeita para um sequestro ou um assalto. Sombras são avisos da solidão - sentia que tanto tempo sozinha não estava me fazendo bem. Novamente aquela dor, embora acordada, o frio dava a sensação de uma demora com ainda mais intensidade. Olhei para um lado e para o outro, não havia nada - absolutamente nada. As árvores se moviam, a neve caia e o vento uivava. Olhei para trás e também não havia companhia alguma. Me passava pela cabeça o que aconteceria se dessa vez a dor fosse mais forte e eu caísse sem força para levantar, provavelmente congelaria segundos depois. Era tudo tão sombrio que me arrepiava, fiquei contente ao me aproximar de casa e ver as luzes acesas, lá eu estava mais segura ou menos sozinha.