quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O vento me envolve, quase do mesmo jeito que me envolviam teus abraços. Protetores e ao mesmo tempo distantes. Na velocidade me sinto segura e confusa. Segura para tentar te esquecer e confusa por não poder. Tento me distrair. Olhar em volta. No início tudo não passa de meros borrões da floresta. Mas logo tudo vai se tornando mais nítido. E você vai aparecendo a cada momento. Em minha visão e em meu pensamento. A adrenalina me faz bem. Tanto quanto você me fazia. Fecho os olhos por uma fração de segundo. Que mais parece uma eternidade. Me vem à mente todas as lembranças. As lembranças do que nunca existiu... Daquilo que eu criei... Esperei... Mas nunca chegou.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

E após uma longa caminhada na rua deserta – embora estivesse com um grande movimento de carros – parei no bar da esquina, entrei e apenas fiquei ali, sentada, me perguntando o que mais me faltava acontecer. E agora? O que viria agora? Uma vez que nos tornamos dependente de alguém, não tem mais volta. Ao entregarmos nosso coração, automaticamente a vida nos arranca o "eu" e o "você". Nem sequer o "eles" existem mais. Existe apenas o "nós". Você está feliz? – Isso não existe mais. Nós estamos bem? Estamos tristes? Mas quando o "nós" se parte, e as metades se separaram, não existe mais "eu", "tu", "eles". Não existe mais nada. Apenas uma garota sentada num bar, após uma longa caminhada vazia. Apenas uma metade andando solta aguentando o "eles" falando com o "eu". Mas o "eu" não existe mais. Eu não existo mais. Porque "nós" nos separamos.